N.º de Inventário:
MNMC2634
Denominação:
Iconografia religiosa
Autor:
Belchior da Fonseca
Suporte:
Madeira de castanho
Dimensões (cm):
altura: 91,5; largura: 58;
Descrição:
Pintura a óleo sobre madeira representando São Jerónimo. Trata-se de uma composição simplificada que recria um ambiente de interior. O Santo surge imponente ocupando a quase totalidade do quadro tanto em largura como em altura, de corpo inteiro, de pé e de perfil para a esquerda do quadro. Tem rosto afilado, sendo o queixo apontado; a boca rasgada mostra-se cerrada e algo comprimida; o nariz é afilado e apontado; o olho de tipo oriental está fixado num ponto; a sobrancelha escassa está assinalada a castanho e a testa alta. Exibe tonsura no topo da cabeça e cabelos ralos e arranjados em coroa, assinalados em castanho. Enverga uma túnica branca comprida com escapulário na fronte em castanho tal como a capa com capuz ate aos pés que lhe cobre os ombros, costas e antebraços. Por baixo da túnica despontam as biqueiras pretas dos sapatos. Na mão, de forma muito firme, segura um livro aberto escrito a negro, não sendo perceptíveis as frases. Com os dedos, indicador e do meio da mão direita ele aponta e segue as frases como se estivesse confirmando ou constatando as suas leituras que aqui seriam provavelmente as Sagradas Escrituras das quais era um ávido estudioso. Ao seu lado esquerdo observa-se ainda um báculo abacial que aqui reforça a sua condição de monge fundador de uma ordem monástica e junto ao pé, num plano acima, encontra-se a repousar sobre uma almofada carmim adornada com elementos de passamanaria um felino, algo híbrido, aqui representado apenas pela metade e em tons de castanho. Este animal é o leão que reza a lenda teria sido domesticado pelo Santo.
Não mostra assinatura.
Trata-se de uma pintura de composição centralizada com luz filtrada, mais incidente no lado esquerdo do quadro ficando a outra parte em meia e contra luz.
A paleta é reduzida, pouco contrastante e velada sobressaindo os tons mais avermelhados e os brancos, reflectores da vibração lumínica.
A pincelada é cheia e larga e a base da representação o desenho linear com recurso à perspectiva.
O tratamento fisionómico e anatómico está bem conseguido, escondendo-se algumas volumetrias entre a corpulência das vestes que o Santo enverga.
Incorporação:
Em depósito no Paço dos Duques desde 19 de Junho de 1959, proveniente do Museu Nacional de Machado de Castro (procedente do retábulo da capela da Universidade de Coimbra, 1915 - 1916.
Em 4 de Setembro de 2006 foi redigido um novo protocolo de depósito entre o IPPAR e o IPM
Valor de inv. 7500$00