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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Paço dos Duques
N.º de Inventário:
PD0055
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Pote
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
China
Centro de Fabrico:
Fornos de Jingdezhen, província de Jiangxi
Datação:
XVIII d.C. - Dinastia Qing, período Kangxi (1662-1722), c.1700-1720
Matéria:
Porcelana
Dimensões (cm):
altura: 118; profundidade: 92,6; espessura: 1; diâmetro: Boca - 32 Base - 34,5;
Descrição:
Potes de grandes dimensões em forma de balaústre, com bojo largo projectado para o exterior sobre pé com anel acentuado e O colo é longo, cintado, rematado em calote e anel a direito no sentido vertical. Foram executados ao torno em porcelana branca e pesada revestida com vidrado azulado salvo na base marcada por estrias concêntricas. Tampas de encaixe em cúpula trinivelada (escalonada do bordo à pega), rematadas por aba curta de bordo arredondado e pega em botão com anel central. Apresentam uma decoração maioritariamente composta por motivos retirados da gramática decorativa europeia. Pintados a azul-cobalto sob o vidrado e esmaltes verde, amarelo, azul, sépia e ouro sobre o vidrado. A decoração desenvolve-se simetricamente, envolvendo reservas, que contêm o brasão de armas do encomendante - Escudo peninsular: Esquartelado: I e IV de prata com uma águia estendida de negro; II e III axadrezado de ouro e azul de quatro peças em faixa e quatro em pala. Bordadura de todo o escudo de vermelho. Sobre o todo, escudete de prata posto au balon com doble cruz acompanhada de seis arruelas e bordadura, tudo de azul. Timbrando o escudo, coronel de ouro de cinco florões aparentes. Ausência de timbre. Tudo dentro de uma cartela de fantasia sobrepujada por um coronel de ouro1 – reservas essas que se repetem quatro vezes em volta do corpo. As armas, na frente e atrás, são flanqueadas por cariátides de pouco mais de meio corpo com cestos de flores à cabeça apoiadas por colunas de fuste invertido que sustêm aberto o panejamento do baldaquino, finamente adamascado que encima as armas, cruzando em laçada na parte inferior. O conjunto é suportado por uma elaborada cartela com volutas, folhagem e motivos geométricos entrecruzados. Alguns destes elementos decorativos são pintados a azul-cobalto sob o vidrado e pormenorizados a esmalte azul, sobre o vidrado, o que não é comum. A cartela encerra uma reserva em oval ao baixo, de contorno sinuoso, onde se representa uma paisagem europeia fluvial, com um fundo montanhoso, rochedos e arvores no primeiro plano, pintada em aguadas de esmalte vermelho ferro, verde e azul e, sob esta, um pendão com três borlas recortado em lambrequim, pintado em tons de sépia, com monogramas de entrelaçamento gráfico, com as letras - LB – repetidos duas vezes em imagem espelho. No anel junto à base , contida por duplo circulo, uma grinalda de fitas cruzadas em azul sob o vidrado, envolve flores estilizadas em vermelho ferro e verde, sobre fundo amarelo. O pé contém uma faixa de enrolamentos de folhas de acanto, em amarelo e vermelho ferro, intervalados por reservas ovaladas em sépia, com peónias centradas em azul sob o vidrado. Aletas e volutas, de inspiração rococó, flores, folhagem, e elementos de ferronerie, constituem a restante gramática decorativa. As tampas apresentam uma decoração simétrica distribuída em três registos separadas com filetes simples, de azul sob o vidrado e vermelho ferro sobre o vidrado. Junto ao bordo há duas reservas ovaladas equidistantes, idênticas, limitadas por aletas douradas, tendo ao centro, uma cabeça de touro delicadamente pintada a ouro de contorno beringela. Estas alternam com dois florões de acantos frontais amarelos e vermelhos ferro. Composições de folhagens de acanto nas cores amarela, verde, vermelha e azul, ligam os quatro elementos. Na faixa seguinte frisos de trifólios azuis sob o vidrado e amarelo e vermelho ferro sobre o vidrado, alternam com folhas de acanto douradas delineadas a beringela. Junto à da pega uma cercadura pintada com reservas ovais, limitadas por aletas douradas, com acantos amarelos e vermelhos ao centro, e trifólios pendentes. A pega está decorada junto à cúpula com faixa de losangos em azul sob o vidrado com flor dourada ao centro seguida por cercadura de laços pendentes em alternância com acantos dourados e topo da pega decorado com florão vermelho ferro e dourado. As tampas, apesar de incluírem elementos decorativos comuns a estes potes, têm como ornato principal cabeças de touro, motivo inexistente na decoração das peças Sampaio e Melo, o que as remete para serviços similares com armas atribuídas a D. Luís Peregrino de Ataíde, que além de terem uma decoração ornamental idêntica, têm incluído na representação heráldica das suas armas, nas peças de porcelana conhecidas, este mesmo touro. Embora as tampas em apreço pudessem sugerir que não pertenciam aos potes, mas sim a outros de tamanho semelhante com armas de Ataíde, o facto de os quatro potes com brasão Sampaio e Mello, existentes no palácio do Quirinal em Roma, ostentarem tampas igualmente decoradas com touros, leva-nos a concluir que provavelmente estas tampas pertenceriam às peças Sampaio e Mello. Se assim não for, teremos que considerar a hipótese da existência de potes de dimensão similar decorados com armas de Ataíde, ainda que até ao momento não se conheça qualquer exemplar desta tipologia com armas deste apelido. Estes potes apesar de serem semelhantes aparentemente não são um par; o pote com o nº.Inv. 55 apresenta uma pintura erudita, em que a escala dos ornamentos em relação ao fundo é equilibrada, os desenhos são cuidadosamente delineados, com uma grande pormenorização e a pintura cuidada, com aguadas cuidadosamente aplicadas respeitando rigorosamente os limites dos desenhos, enquanto o pote com o nº. Inv.56 têm alguns ornamentos fora da escala relativa de conjunto. Aparentemente não existe coerência no desenho dos ornatos no tipo de pintura, coexistindo no corpus da pintura, ornatos finíssimos ao lado de ornatos idênticos mas de traço grosseiro, de igual forma se observa, na pormenorização dos desenhos a mesma situação. Por vezes o detalhe é excelente, aproximando-se do seu referente erudito, como nas cabeças das cariatides, em outras é descuidado, como se pode observar no tratamento pictórico do tecido do baldaquino, com uma notória qualidade inferior em relação ao pote N. Inv. 55, tanto na escala como no cuidado da pintura sendo alguns pormenores repintados. Estes factos questionam-nos, relativamente ao pote com o nº. de inventário 56, se este foi executado ao mesmo tempo, se o foi na mesma oficina, bem como para a eventualidade ser uma substituição de outro, que por hipótese se perdeu, ou ainda pertencer a uma encomenda diferente.
Incorporação:
Compra - Adquirido a "Antiquália, Ldª"
 
     
     
   
     
     
     
 
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