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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Paço dos Duques
N.º de Inventário:
PD0076
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Têxteis
Denominação:
Tapete
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Irão
Centro de Fabrico:
Irão
Datação:
XVI d.C. - XVII d.C. - Dinastia Safávida
Matéria:
Teia e trama em seda; nó em lã; fio metálico laminado em prata dourada com alma em seda (informação de Paula Cruz / Laboratório José de Figueiredo. DGPC).
Técnica:
Nó assimétrico, voltado à esquerda; densidade dos nós: 11.155 nós / dm2
Dimensões (cm):
largura: 174; comprimento: 244;
Descrição:
"Tapete com campo de fundo vermelho decorado com grande medalhão de forma polilobada azul e, nos cantos, quartos de medalhão verdes. Todo o tapete é profusamente decorado com arabescos e enrolamentos vegetalistas e florais, nuvens chinesas serpenteadas, tecidas com fio laminado dourado. Cercadura de fundo bege decorado com finas ramagens e cartelas que contém frases poéticas em persa, alternando com medalhões. Tarja dupla de fundo vermelho e castanho escuro decorada com uma sucessão de flores bastante geometrizadas, de pequenas dimensões, executadas com fio metálico laminado dourado em ponto de tapeçaria" (descrição de Paula Cruz / Laboratório José de Figueiredo. DGPC). Este "tapete, de maiores dimensões, é um acrescento inédito ao corpus dos tapetes de 'Salting' e uma descoberta de grande relevância. Esteve previamente na coleção Messrs Perez (Londres), foi referido por Stanley Reed (1967) – contudo não foi incluído no estudo de Franses and Mills (1999) – tendo sido apenas identificado pelo presente estudo. Exibe um medalhão central (ao contrário de um nicho), e uma quantidade excecional de nós (11.155 nós/dm2) ao considerar-se que o pelo é de lã e não de seda. Esta densidade de nós é duplamente superior ao famoso tapete Ardabil (V&A) e aproxima-se dos tapetes feitos exclusivamente em seda, tal como os 'Kashans'. (...) Encontram-se medalhões em forma de lóbulo com inscrições a fundo beije na margem principal. A inscrição parece ser de um poema Persa que descreve o tapete como sendo de 'preciosidade régia […] sob os pés do Rei Suleyman' (...) . Reed propôs que a inscrição se refere ao persa Shah Suleiman (1667-1697). O Professor Wheeler Thackston (Harvard University) considera que este poema tem um grande potencial para a confirmação histórica (...). Enquanto os tapetes de oração 'Salting' e os tapetes com nicho estão bem estudados como um grupo estilístico, o grupo com medalhões ainda não foi devidamente estudado sendo que se encontram poucos que se assemelhem com o 'tapete de Guimarães' em termos de formato e inscrições. De um modo geral a decoração com este tipo de medalhões pode ser comparável com quarto exemplares do Hermitage (S. Petersburgo), do Musée Historique des Tissus (Lyon) e do Musée des Arts Décoratifs (Paris)" (descrição de Ana Raquel Martins dos Santos - The discovery of three 'Salting' carpets: science as a tool for revealing their history. Tese de mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 2010). (ver documentação associada).
Incorporação:
Compra - Adquirido a "Antiquália, Ldª" (ver documentação anexa).
Proveniência:
Irão
Origem / Historial:
"Em Setembro de 2007 três tapetes ‘Salting’ foram identificados no Paço dos Duques de Bragança por dois especialistas em tapetes islâmicos, Michael Franses e John Mills. A passagem destes por Portugal pretendia seguir a pista dada pelo antiquário parisiense, Armand Deroyan, que, alguns anos antes, os havia reconhecido durante uma visita a Guimarães. Os ‘Saltings’ estão actualmente entre os tapetes mais caros e cobiçados pelos coleccionadores mundiais, e as peças do Paço dos Duques constituem o maior conjunto documentado fora do palácio Topkapi em Istambul. Estes tapetes, como muitos outros objectos, foram adquiridos no âmbito do programa de reestruturação do Paço pelo Departamento dos Monumentos (Comissão para Aquisição de Mobiliário), no final da década de cinquenta. Os três foram comprados aos proeminentes negociantes de têxteis em Londres, Mssrs Perez, que já haviam estado envolvidos na venda de importantes tapetes de colecções portuguesas ao mercado internacional. O conhecimento destes tapetes enquanto peças de grande valor histórico acabou por ser perdido ao longo dos anos com a integração dos três no recheio deste monumento dedicado a história nacional. A sua redescoberta veio a desencadear um ambicioso projecto de investigação, o qual reuniu uma equipa interdisciplinar composta por historiadores de arte, cientistas da conservação e conservadores-restauradores de têxteis, tendo como principal objectivo o estudo, análise e preservação dos tapetes. Este trabalho de conjunto enriqueceu o entendimento destes objectos e permitiu uma melhor compreensão do seu lugar na História de Arte, contribuindo para o debate que existe em torno dos ‘Saltings’ desde o final do século XIX. Os tapetes ‘Salting’ A designação ‘Salting’ deriva do nome do famoso colecionador de arte australiano, George Salting (1835-1909) que, em 1909, doou um exemplar particularmente emblemático ao Victoria and Albert Museum em Londres. Até hoje mais que cem tapetes ‘Salting’ têm sidos identificados por Franses e Mills, e outros historiadores, em colecções que se encontram distribuídas desde Teerão, Istambul e Beirute até Paris, Estocolmo e Nova Iorque. Definir o grupo ‘Salting’ tem-se revelado uma tarefa bastante complexa, mas em geral a sua caracterização é baseada principalmente na presença de teia e trama de seda, pêlo de lã, na elevada densidade de nós, cores vivas e ornamentos em fio metálico, além de inscrições religiosas" (descrição de Raquel Santos e Jessica Hallett, in Tesouros Tecidos: três tapetes 'Salting' descobertos no Paço dos Duques). Este tapete, adquirido em 17 de Março de 1959, à firma «Antiquália, Ldª» para o Paço dos Duques "Esteve previamente na coleção Messrs Perez (Londres), foi referido por Stanley Reed (1967) – contudo não foi incluído no estudo de Franses and Mills (1999) – tendo sido apenas identificado pelo presente estudo. (...) De um modo geral a decoração com este tipo de medalhões só pode ser comparável com quatro exemplares do Hermitage (S. Petesburgo), do Musée Historique des Tissus (Lyon) e do Musée des Arts Décoratifes (Paris)" (descrição de Ana Raquel Martins dos Santos - The discovery of three 'Salting' carpets: science as a tool for revealing their history. Tese de mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 2010). (ver documentação associada).
 
     
     
   
     
     
     
 
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