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FICHA DE INVENTÁRIO
Denominação: Sagrada Família Autor: Masucci, Agostino (copista de) Datação: 1729 d.C. - 1750 d.C. Dimensões (cm): altura: 258; largura: 150; Descrição: Pintura retabular com remate curvo, representando uma Sagrada Família ampliada.
A composição encontra-se dividida em dois registos horizontais. O inferior é a zona terrena, indiciada pelas estruturas arquitetónicas e o superior, o mundo de Deus, dos anjos e do Espírito Santo, em espaço etéreo. No primeiro registo, em plano elevado escalonado por três degraus, figuram, ao centro, a Virgem toucada por um véu dourado e com um vestido rosa e amplo manto azul, abraçando com um lençol branco, a figura desnuda do Menino erguida sobre as suas pernas. À direita do Menino, acompanhado pelos pais - Santa Isabel e Zacarias - aproxima-se São João Batista com o estandarte numa das mãos e na outra, segura a fita que pende do braço erguido do Menino. São José surge discreto, a ladear, num plano mais recuado, a Virgem e o Menino; na extremidade, é visível uma outra figura masculina barbada. À esquerda da composição, de costas voltadas para o observador e ajoelhados num dos degraus, onde repousam dois livros, dirigem o olhar para o grupo duas figuras masculinas (apóstolos?) e três mulheres, num plano mais recuado, a ladear a Virgem. As figuras encontram-se distribuídas de modo compacto, o que é sublinhado pelo ângulo da parede moldurada no topo, à direita, que lhes serve de fundo.
No segundo, dois anjos esvoaçantes, sustendo uma nuvem onde se inscreve a Pomba do Espírito Santo, sobrepujada por uma revoada de nuvens com querubins, de onde irrompe Deus-Pai de braços abertos. Incorporação: Outro - Oferta: Amigos do Museu (Extinto Convento de Stª Cruz de Lamego)
Origem / Historial: Existe uma "Sagrada Família" semelhante, no Palácio Nacional de Mafra, pintado em 1729 pelo pintor Agostinho Masucci "a ser colocada na capela com o mesmo nome. Segundo a tradição, era a pintura favorita de D. João V que a admirava com frequência sem nunca se cansar" (Pereira, 1999, p. 142)
Comparativamente, o exemplar do Museu de Lamego revela algumas alterações, sendo visível algumas simplificações formais, nomeadamente nas estruturas arquitetónicas, com um tratamento mais apurado e com a demaracação da perspetiva no chão, na pintura de Mafra; na redução do espaço que separa os dois registos compositivos, tornando a composição de Lamego mais densa e sem a elegância da pintada por Masucci, bem como no tratamento dos panejamentos e luminosidade, denunciando um pintor de qualidade inferior.
Bibliografia | PEREIRA, José Fernandes - "O Barroco do Século XVIII". In PEREIRA, Paulo, dir. - História da Arte Portuguesa, Volume 3, 3.ª ed: Lisboa: Temas e Debates, 1999., pág. 142-144 | |
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