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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional do Traje e da Moda
N.º de Inventário:
4130
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Traje
Denominação:
Capa/Masculino
Autor:
Desconhecido
Centro de Fabrico:
Índia (?), Portugal (?)
Datação:
1600 d.C.
Matéria:
Linho; fio de seda de cor natural.
Técnica:
Tafetá; tecido bordado; renda de agulha.
Dimensões (cm):
altura: 99 cm; largura: 225 cm; roda: 344 cm;
Descrição:
Capa Indo-portuguesa de linho branco com bordado a fio de seda de cor natural, a ponto de cadeia, formando motivos florais, figurativos e animalistas. Cortada aos panos, ligados por entremeio de renda de agulha executada com o mesmo fio de seda, a pontos aberto e fechado, representando pequenas rosáceas e motivos geométricos.
Incorporação:
Transferência - Museu Nacional dos Coches
Origem / Historial:
Depositado pelo Museu Nacional de Arte Antiga no M. N. Coches. Incorporado no M. N. Coches em 24/12/1919. As capas, longas ou curtas, eram peças muito comuns do traje europeu dos séculos XVI e XVII, amplamente referenciadas em fontes escritas e representadas em pinturas, gravuras e desenhos da época. As peças bordadas, designadas como indo-portuguesas, combinam elementos asiáticos com interpretações de motivos e objectos europeus, em composições de grande originalidade e riqueza no contexto do traje europeu seiscentista. Incorporam uma imagética de criaturas do mar, cenas bíblicas, figuras europeias, animais, aves e motivos florais e vegetalistas. Igualmente o uso da seda selvagem (tussah) de tom amarelado, o ponto de cadeia e o trabalho em renda de agulha são duas características reconhecidamente comuns às peças ditas indo-portuguesas. É conhecida a produção na Índia, particularmente em Bengala e Gujarati, de têxteis para exportação, para a qual concorre a presença portuguesa e uma longa tradição de bordado no subcontinente indiano, bem como a grande disponibilidade de seda no mercado, indiana ou chinesa. No entanto, muitas peças eram também produzidas em Portugal. Com efeito, os portugueses foram os primeiros a estabelecer postos comerciais na Índia e já no século XVI se conhece a presença de bordadores indianos em Lisboa. O tecido da capa foi identificado como linho, fibra que não era produzida nem vulgarmente usada na Índia. O algodão era o mais usual. Colocam-se, então, duas hipóteses. O linho poderá ter sido levado para a Índia e aí trabalhado como tecido de suporte. De outra forma, podemos ainda considerar tratar-se de uma capa confeccionada em Portugal por bordadores indianos familiarizados com o estilo de bordado de Bengala, exibindo folhagens de enrolamentos, águias bicéfalas coroadas e figuras (sereias) tocando instrumentos e rodeadas por animais marinhos. Peças similares e coevas encontram-se nas colecções do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, do Museum of Cultures de Helsínquia e do Victoria & Albert Museum de Londres. Bibliografia: Encompassing the Globe. Portugal and the World in the 16th and 17th centuries (ed. Jay Levenson), Smithsonian Institution, 2007; Finn, Patrick, Indo-Portuguese Quilting Tradition: the cross-cultural context, Digital Commons @ University of Nebraska, 2009 (http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1001&context=iqsc4symp); Irwin, John, “Indo-Portuguese embroideries of Bengal”, in Journal of the Royal India, Pakistan and Ceylon Society, 1952; Varadarajan, Lotika, “Indian Textiles in Portuguese Collections”, in Indo-Portuguese History. Old Issues. New Questions, 1984. No Cooper Hewitt Museum of Decorative Arts and Design, New York, existe uma capa bordada, classificada como sendo da Índia-Bengala, possivelmente Hughli, datável do século XVII. Nesta capa uma das figuras a cavalo parece ser a de um português e, assim sendo, o bordado seria indo-português. (Informação fornecida por Maria Helena Mendes Pinto)
 
     
     
   
     
     
     
 
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