Origem / Historial:
Francisco Valença foi um caricaturista e ilustrador notável, com início de carreira no quinzenário humorístico “O Chinelo” (1900). Deixou obra extensa, enquanto crítico satírico e implacável da vida político-social do país.
Passando pelo incontornável “Varões Assinalados” (1909-11), entre os múltiplos jornais e revistas onde colaborou, destaque para “O Século. Suplemento Humorístico” (1904-08), "A Sátira" (1911) e a longa colaboração no “Sempre Fixe” (1926-59), jornal humorístico que pertencia à Renascença Gráfica, também detentora do “Diário de Lisboa”.
Com a ditadura, a sua crítica política é forçada a converter-se numa sátira dos hábitos e costumes nacionais. Desde o início que o “Sempre Fixe”, em cujas páginas colaboraram também Amarelhe, Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, Bernardo Marques, Roberto Nobre, Carlos Botelho e Almada Negreiros, se viu condicionado pela censura instaurada em 1926. Apesar de enveredar pela sátira de costumes e não pela da política, várias ilustrações não escaparam à ação dos censores, como sucedeu com esta “página visada e pisada pela Censura”, que Francisco Valença viria a oferecer ao Dr. Joaquim Manso.