Origem / Historial:
Henrique Trindade Coelho (1885-1934) foi advogado, político, jornalista, diplomata, poeta e escritor.
Republicano e membro da Maçonaria, como o seu pai - o escritor José Francisco Trindade Coelho (1861-1908) -, após a implantação da República adere ao Partido Evolucionista de António José de Almeida e colabora no jornal “República”. Com o Sidonismo, de 1918, passa para o campo nacionalista e vem a ser um dos doutrinários do 28 de maio de 1926, jornalista da Revolução e crítico acérrimo da democracia. Apoiante do general Gomes da Costa, ingressou na carreira diplomática e foi ministro de Portugal em Roma (1927-29) e junto do Vaticano (1929-34).
Amigo dos escritores Guerra Junqueiro e Raul Brandão. Ainda jovem, ao lado de João de Barros, João de Deus Ramos, Pulido Valente, Ramada Curto e Tomás da Fonseca, colaborou na revista mensal “Mocidade”, em Lisboa, onde publicou obra poética da sua autoria. Colaborou nos jornais “A Pátria”, “O Século”, “A Época”, “A Manhã” e “O Primeiro de Janeiro”.
Esta caricatura de Henrique Trindade Coelho fazia parte da coleção do Dr. Joaquim Manso, fundador e diretor do jornal "Diário de Lisboa". Foi publicada neste periódico a 6 setembro de 1924, acompanhando o artigo escrito pelo retratado e intitulado “Duas palavras. A velha aspiração da autonomia das ilhas adjacentes só pode ser realisada depois de modificado peça por peça o Poder Central”. Este foi um número dedicado à viagem de estudo realizada em junho de 1924 aos Açores, por artistas, escritores e intelectuais, a convite do jornal "Correio dos Açores", para visitar o arquipélago e celebrar o nome de Antero de Quental. Foram realizadas várias conferências e leituras, nomeadamente pelo Conde da Nova Goa (D. Luís de Castro), Dr. Armindo Monteiro, Antero de Figueiredo, Dr. Agnelo Casimiro, Dr. Luís de Bettencourt, Dr. Luís de Magalhães, Oldemiro Cesar, entre outros. Da comitiva fazia também parte o Dr. José Leite de Vasconcelos. O Dr. Joaquim Manso pronunciou o discurso de despedida. Várias caricaturas realizadas pelo artista Armando Boaventura, que também integrou o grupo de estudo, faziam parte da coleção do Dr. Joaquim Manso, tendo algumas sido publicadas naquele número do "Diário de Lisboa".