Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Instrumentos e utensílios
Denominação:
Machado de alvado
Grupo Cultural:
Bronze Atlântico
Datação:
Idade do Bronze Final
Dimensões (cm):
largura: 3,5; espessura: 2,8; comprimento: 8,2;
Descrição:
Fragmento de machado de alvado de secção sub-quadrangular, num dos bordos é visível o arranque da aselha.
Obs.
O fragmento de machado de alvado está bastante corroído. Embora deste artefacto apenas reste parte da lâmina e do alvado de secção sub-quadrangular, num dos bordos é visível o arranque da aselha. Não se pode, contudo, afirmar com segurança que se trata de um exemplar com uma ou com duas aselhas, já que o outro bordo está fracturado abaixo da possível zona de arranque da segunda aselha. A superfície do fragmento, muito irregular, aparenta ter sido martelada; no entanto, a lâmina não parece ter tido uma nervura central, como é vulgar em muitos machados de alvado peninsulares; o gume apresenta-se muito embotado e assimétrico pelo uso. A superfície encontra-se revestida por uma pátina verde escura com zonas de tonalidade acastanhada; existem alguns locais onde a cor verde se encontra mais esbatida ou aclarada.
Para a caracterização da pátina teve-se em conta a análise elementar que foi efectuada à camada superficial do machado. (Melo, A. 2000)
Dada a elevada percentagem de cobre presente na superfície pressupõe-se que se encontra sob a forma de compostos deste elemento, nomeadamente os óxidos (cor vermelha ou negra) ou carbonatos (cor verde escura).
Os teores de Sn observados na pátina do machado são relativamente elevados, o que se prende, possivelmente, com a espessura desta e ao seu enriquecimento em estanho. Tendo em conta o potencial electroquímico deste elemento, é previsível um grau de corrosão intenso aumentando, deste modo, os teores de Sn na pátina. Os compostos de estanho podem conferir tonalidades esbranquiçadas ou mais aclaradas à superfície. A adição de estanho tem como função aumentar a resistência à corrosão mas principalmente aumentar a resistência ao impacto.
Os produtos de corrosão formados vêm muitas vezes associados a elementos constituintes do solo onde fora encontrado. Tal facto pode promover o aparecimento de novos elementos ou o enriquecimento dos já existentes.
Quando o teor de um dado elemento de liga é inferior a 2%, pode-se dizer que estamos perante uma impureza do minério e não de uma adição intencional para um melhoramento das características da liga. No presente caso existem o Pb e o Fe que se encontram nestas condições. A detecção do ferro na liga pode ainda ser explicada pela inclusão deste elemento do solo nos produtos de corrosão.
Incorporação:
Doação - Oferta de Adriano Pereira Horta e Rev. José Prata prior do Carvalhal
Proveniência:
Depósito dos Fiéis de Deus.