|
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 994.9.3 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Cabeça de Tyche / Fortuna Datação: I d.C. - Época Romana Dimensões (cm): altura: 40,3; largura: 36,7; espessura: 32; Descrição: Cabeça feminina ornamentada de "corona muralis" representando uma muralha de três andares com duas portas assente sobre os cabelos. Os olhos são amendoados, sem pupila nem íris, e as madeixas de cabelo encaracolado penteadas na direcção da nuca. A cabeça decapitada pela base do pescoço apresenta-se mutilada de uma boa parte da face entre a fronte e o queixo. Comummente é identificada com Cibele, mas o culto da deusa frígia só mais tardiamente se expande de forma explícita na Lusitânia. Parece-nos, pois, preferível classificá-la como a personificação grega da Fortuna, figurando não apenas como deidade tutelar dos indivíduos mas, conforme se pode deduzir das características iconográficas, também de uma divindade protectora ou fundadora de uma cidade ou da representação figurada da própria cidade de Myrtilis onde foi encontrada. Deste modo, esta cabeça pertenceria a uma estátua marmórea de grande porte que se ergueria num templo ou num espaço público e monumental da cidade romana de Myrtilis, muito possivelmente no respectivo Forum.
Incorporação: Outro - Mandato legal.
Transitou do Museu Arqueológico do Algarve para o Museu Etnológico (actual Museu Nacional de Arqueologia).
Origem / Historial: A cabeça apareceu nas escavações da Igreja da Misericórdia em Mértola. O senhor João Manoel da Costa "devotado amador das antiguidades de Mértola" ofereceu-a a Estácio da Veiga e por sua morte transitou com a restante colecção do Museu Arqueológico do Algarve para o Museu Etnológico. ( in Religiões da Lusitânia, volume III, página 333, nota 2).
Bibliografia | ALARCÃO, Jorge de - O Domínio Romano em Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1988, pág. 197 | ALVES, Luís Fernando Delgado - "História de Mirtilis", in Arquivo de Beja, 13. Beja: 1956, pág. 59 | CORREIA, Vergílio - História de Portugal. Barcelos: 1928, pág. 225 | GARCIA Y BELLIDO, António - "Retratos Romanos Imperiales" in Arquivo de Beja, volume XXIII - XXIV. Beja: 1966/1967, pág. 282 | GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano., 2 Vols., Tese de Doutoramento. Mérida: Junta da Extremadura, 2007, pág. 273 a 277 121 | LACERDA, Aarão de - "História da Arte em Portugal", 1. Porto: Portucalense Editora, 1942, pág. 99 | MATOS, José Luís de - "Subsídios para um Catálogo da Escultura Luso-Romana", dissertação de licenc. apresentada à F.L.L.. Lisboa: 1966, pág. 69 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 452 | SOUSA, Vasco de - "Corpus Signorum Imperii Romani - Corpus der Skulpturen der Römischen Welt - Portugal". Coimbra: 1990, pág. 9 | VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitânia, vol.III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1913, pág. 333 | |
|
|