Origin / History:
Este candil foi encontrado na Quinta da Fidalga (Cacela) e oferecido em 1896, ao então Museu Ethnographico Portuguez, por intermédio do Reverendo Jacinto Augusto Quintino, na altura Prior de Cacela.
A produção de artefactos de metal de carácter utilitário ou meramente decorativo executados com aplicação de técnicas tão diversas como moldagem, martelagem, gravação, cinzelagem ou tauxia tem uma longa tradição no mundo islâmico. Das oficinas surgidas no Irão Oriental já no séc. IX em breve se expandiu para outras zonas do mundo islâmico. No al- Andalus atingiu o seu auge no séc. XII.
Actualmente conhece-se numerosos exemplares de candis islâmicos de metal, lisos ou com profusa ornamentação de carácter geométrico, zoomórfico ou epigráfico, de um ou vários bicos de canal, como por exemplo em várias colecções de Espanha, Berlim (Museum fur Islamische Kunst / Dahlem), Paris (Museus do Louvre e do IMA) ou Londres (British Museum).
Em Portugal, além deste excepcional candil de dois bicos no acervo do MNA, são conhecidos mais dois candis em metal, de um bico só, sem orifício no fundo e praticamente sem decoração, exceptuando a asa, nomeadamente um recolhido num antigo cemitério de Faro e outro encontrado nas excavações em Mértola. Existe ainda um exemplar de candil de metal, este com depósito aberto, proveniente de Silves, actualmente no acervo do Museu de Lagos.
Recentemente foi exumado em Silves um outro candil em metal de dois bicos de canal, de dimensões mais pequenas e da época mais tardia, nomeadamente almóada.
Figurou na exposição do 1º Centenário da Carta Archeologica do Algarve, organizada no MNA em 1978/79, com a indicação de ter integrado a colecção do Museu Archeologico do Algarve, o que não tem fundamento, uma vez que é perfeitamente documentada a sua oferta a este Museu em 1896, muito posterior à extinção daquele museu.
Estudo da peça : Eva - Maria von Kemnitz.