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ARTE PORTUGUESA DO SÉCULO XIX (1850-1910)
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea



Apresentação

 



100 Anos MNAC – Museu do Chiado
Exposição da colecção do MNAC-MC, I Parte (07 de Abril a 19 de Junho 2011)


INTRODUÇÃO

Arte Portuguesa do Século XIX (1850-1910) é a primeira de três grandes exposições que inauguram o ano do Centenário do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, criado por decreto da República em 26 de Maio de 1911. Perante a impossibilidade de revelar a verdadeira dimensão e a diversidade do acervo numa única exposição, optou-se por apresentar os três períodos da colecção (1850-1910, 1910-1960 e 1960-2011) em três momentos expositivos sucessivos, que cobrem toda a história da arte portuguesa, de 1850 até à actualidade. A primeira destas exposições corresponde ao núcleo fundador da colecção que, historicamente, antecede a criação do MNAC.

                                                                   H.B. (Helena Barranha)


ARTISTAS REPRESENTADOS

Simões de Almeida, Alfredo de Andrade, Tomás da Anunciação, Carlos de Bragança, José de Brito, António Carneiro, José Ferreira Chaves, Ernesto Condeixa, Luciano Freire, Adriano de Sousa Lopes, Teixeira Lopes, Alfredo Keil, Artur Loureiro, Miguel Ângelo Lupi, Duarte Faria e Maia, José Malhoa, Luís de Menezes, Francisco Metrass, Marques de Oliveira, António José Patrício, Columbano Bordalo Pinheiro, Sousa Pinto, Silva Porto, Henrique Pousão, António Ramalho, Carlos Reis, José Veloso Salgado, Francisco dos Santos, João Cristino da Silva, Aurélia de Sousa, Soares dos Reis, João Vaz.

SINOPSE DA EXPOSIÇÃO

Através de 100 obras fundamentais dos maiores artistas deste período, exploram-se as rupturas e permanências da arte portuguesa do século XIX (1850-1910), em seis núcleos temáticos que traduzem o espírito da geração romântica e as novidades das propostas naturalistas, entre a descoberta da luz e das atmosferas, a paisagem e os costumes, a afirmação da figura popular, o retrato, o intimismo e os simbolismos de finais de século.

Em 1879, Marques de Oliveira e Silva Porto introduzem uma moderna captação da luz na paisagem, que a geração romântica sublinhava pela importância da pintura captada “do natural”, filtrada por uma luz local, em paisagens que se assumem na sua plenitude dramática e sentimental (Cristino da Silva e Alfredo de Andrade) e introduzem os formulários naturalistas, tendencialmente rurais. No entanto, António Carneiro e Henrique Pousão marcam o desfasamento de cenários pitorescos pela autonomia do pictórico, construindo monocromias e composições estruturadas em mancha que traduzem ousadas propostas de modernidade.

A partir de finais do século XIX, Silva Porto transfere as suas propostas de quadros modernos para um universo pitoresco, descobrindo permanências narrativas em processos veristas de “penetração do real”, já apontados pela geração romântica e por Alfredo Keil, em realismos incertos. São imagens de uma encantatória casticidade ensolarada da vida simples dos trabalhadores rurais que convivem com a representação dos costumes das burguesias urbanas, em encontros elegantes e à beira-mar, numa associação que expressa a relação dicotómica cidade/campo, também caracterizada no romance de Eça de Queirós, A cidade e as serras, escrito em 1892 e publicado em 1901.

Depois das críticas às novas propostas naturalistas de tratamento da paisagem, do sucesso e aceitação da pintura de costumes, também sugerida e observada nas temáticas literárias, a figura popular, inicialmente indefinida na paisagem, absorve o espaço da composição. Adapta-se ao sentimentalismo e dramatismo da geração romântica, ao realismo de Miguel Ângelo Lupi e a uma visibilidade e afirmação figurativa, com o retrato de uma aguadeira que a visão de Malhoa amplia e promove através de um determinante gosto narrativo e de uma comunicação imediatista das idealizadas vivências rurais.

O retrato expressa a afirmação do indivíduo e uma humanização do retratado que corresponde aos ideais propostos pela geração romântica, à preocupação pelo subjectivismo e a uma necessária referência do estatuto social e artístico, numa situação de projecção das burguesias na Lisboa do Fontismo. O realismo de finais de século, a descrição pormenorizada e a fidelidade ao retratado de Miguel-Ângelo Lupi antecede uma abordagem naturalista que aposta na expressividade, nos cromatismos exuberantes de António Ramalho ou nos destacados rostos de observação psicológica de Columbano, construídos em torno da importância do poder da imagem e da emergência de uma elite intelectual.

Por outro lado, interiores de salão, ambíguos cenários de intimismo e retrato focam o acontecimento banal e projectam-no a uma escala sobredimensionada em Concerto de amadores, de Columbano, reunião musical de amigos numa temática impressiva, sensitiva e de pintura em mancha, amplamente desenvolvida por este autor. Surgem naturezas mortas, interiores de um não-lugar, indefinido pela expressão de uma realidade pressentida do interior e que combina um realismo estrutural com uma subjectividade ajustada a uma visão sensível e imaginária do real.

Na viragem do século, num meio onde o Naturalismo se converteu em fenómeno dominante, o Simbolismo desenvolveu-se narrativamente no trabalho de José de Brito, e amadureceu literariamente com Veloso Salgado. Esta narrativa literária de signos encadeados modernizou-se com Sousa Lopes e culminou num pendor sobretudo decorativo, visível na obra de Luciano Feire, uma das raríssimas pinturas Arte Nova portuguesas.

                                                                   M.A.S. (Maria de Aires Silveira)

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